A TELE-REALIDADE – O PRINCÍPIO DE PUBLICIDADE MEDIATIZADO
Não existem muitos livros, dentro do espaço lusófono, em torno do tema da televisão de realidade. E mesmo aqueles que se ocupam do Reality-Show fazem-no de acordo com propósitos específicos centrados na análise da programação televisiva. Além disso, a própria televisão de realidade (Reality-Television) é, habitualmente, sobretudo no contexto anglo-saxão, associada ao Reality-Show, como se entre os conteúdos televisivos e a utilização social do medium televisão não existisse qualquer diferença. Isto configura um entendimento onde o género televisivo é assimilado à função televisiva que esse género preenche.
A obra que agora se dá à estampa pretende, não apenas colmatar a ausência de análises em torno deste tema, como também ousa esboçar linhas de orientação que permitam distinguir o género televisivo da função social da televisão. Intenta, assim, contemplar a relação entre televisão e sociedade. O seu objecto central de análise é a configuração contemporânea da televisão de realidade.
Porém, o seu ponto de partida não é o programa televisivo de realidade mas o estudo da televisão de realidade a partir de uma perspectiva comunicacional. Tendo por orientação metodológica as Ciências da Comunicação, o livro investiga a televisão de realidade a partir da sua dimensão pública. Por esse motivo, e dado o objectivo particular da reflexão, preferimos falar em “tele-realidade”.
Por tele-realidade entendemos a função publicitária que a televisão desempenha através da construção televisiva, semiótica e narrativa da sua grelha programática. Ela baseia-se numa função social fática operada pela reprodução simbólica da sociabilidade. O que está em causa, no fundo, é a mediatização televisiva da publicidade (entendida como qualidade pública) e o modo como a televisão contribui para dinamizar os processos simbólicos que perpassam nas nossas sociedades.
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