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Publicação de Comunicação

JORNALISMO E MERCADO: OS NOVOS DESAFIOS COLOCADOS À FORMAÇÃO

Este livro, resultado de um trabalho académico que deu origem à minha tese de doutoramento, é assinado por um jornalista que busca inspiração na amalgamagem de Ruellan e que, ao mesmo tempo, procura um escudo protetor para o jornalismo. Como muitos, também luto pela preservação do jornalismo, a nobre profissão que escolhi há quase três décadas. Em 1984, quando cheguei à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e ao curso de Comunicação Social, o número de licenciados na área, entretanto chegados à profissão, era limitado. As pequenas fornadas que, anualmente, terminavam o curso eram recebidas com a resistência de alguns tarimbeiros, formados na cultura cerrada da redação. De facto, um muro alto separava a redação da universidade; vivíamos em mundos paralelos. Quando terminei a licenciatura e entrei na redação cruzei a fronteira e sentei-me ao lado dos tarimbeiros, bebi-lhes a experiência. O tempo obrigou-me a omitir a academia, tornando cada vez mais difusa a memória da passagem. Éramos assim empurrados para a desacademização – forçada para uns, aceite sem resistências pela maioria; todos confrontados com a euforia do primeiro emprego, o avesso da universidade. Cresci profissionalmente procurando pontes com o que tinha trazido da Faculdade; quando as encontrava tentava dar-lhes um uso.

Sei hoje que o curso na área é a porta de entrada mais utilizada no acesso à profissão. São mais as pontes, maiores os laços, menor a desconfiança dos profissionais, a maioria com as mesmas origens. Mas terá diminuído, de facto, a dimensão do muro? Não estará a universidade a ser mera fornecedora de mão-de-obra qualificada, pronta a usar e disponível para ser moldada pelo mercado?

O desejo de estudar o ensino do jornalismo para, eu próprio, me aproximar das respostas é antigo e terá começado a despertar nesse já longínquo 1988 quando, pela primeira vez, entrei (para ficar) numa redação. Este trabalho académico conseguiu fortalecer a ideia de que o jornalismo e a universidade são troncos da mesma árvore. Tornei-me um jornalista de fronteira, onde a universidade se transformou no prolongamento da minha ação quotidiana, atribuindo-lhe um lugar próprio de questionamento, que a proximidade do objeto desfoca; participando na busca permanente de um sentido para o jornalismo, nos dias em que todos sentem que podem ser jornalistas; alargando as fronteiras e, simultaneamente, precisando-lhe os contornos.

AUTORES / EDITORES

Pedro Coelho

COLEÇÃO

Livros LabCom

ANO DA EDIÇÃO

 2015

ISBN

978-989-654-204-7

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Índice

Apresentação: Jornalista de Fronteira - 1

Introdução - 7

1 Jornalismo: os alicerces de uma profissão - 19

1.1 A função social das notícias - 20

1.2 Um jornalismo para as massas: uma informação que enforma sem formar - 24

1.3 A constituição do campo jornalístico e a imposição do mercado - 37

2 Jornalismo, Democracia e Mercado 53

2.1 O papel do jornalismo nas sociedades democráticas - 54

2.2 Jornalismo e mercado. Os anos 80 do século passado e a mudança de paradigma - 81

2.3 Os efeitos da tecnologia no jornalismo de mercado - 115

3 Os efeitos da internet no jornalismo (o binómio economia-tecnologia) - 125

3.1 A longa vida das plataformas mediáticas - 126

3.2 Sustentabilidade do jornalismo na rede - 134

3.3 A associação da internet ao jornalismo - 144

3.4 A centralidade do público - 162

3.5 Os efeitos negativos da internet no jornalismo - 192

3.6 Os efeitos positivos da internet no jornalismo - 211

4 O jornalismo enquanto campo académico - 233

4.1 Um olhar sobre a história - 234

4.2 A matriz de Joseph Pulitzer - 244

4.4 Argumentos em defesa de formação académica específica - 270

5 O ensino do jornalismo e o molde do mercado - 277

5.1 Cursos de jornalismo/comunicação: novo campo de recrutamento - 278

5.2 O molde do mercado - 292

5.3 O desafio da academia: inverter a crise de autonomia - 306

5.4 A profissionalização dos jornalistas - 316

5.5 Como colocar o peso do número ao serviço da qualidade da formação - 329

6 O ensino do jornalismo em Portugal - 343

6.1 A história do ensino do jornalismo em Portugal - 343

6.2 Tendências que resultam da observação dos planos de estudo - 366

6.3 Pressupostos orientadores - 379

6.4 Conclusões - 385

7 Jornalismo e academia em Portugal: Estudo de caso - 387

7.1 Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa  - 395

7.2 Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria, Multimedia na Universidade do Porto - 421

7.3 Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra - 444

7.4 Comunicação e Jornalismo na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa - 466

7.5 Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona do Porto (ULP) - 480

7.6 Ciências da Comunicação do Instituto Superior da Maia - 494

7.7 Conclusões - 505

8 Esboço de um modelo de formação em jornalismo - 507

8.1 A matriz de formação em jornalismo - 507

8.2 Estratégias de coordenação - 515

8.3 Um novo mapa de interligações - 522

8.4 Estruturação do plano de estudos - 537

8.5 Unidades curriculares mais próximas de um novo modelo de formação - 552

Conclusão - 579

Bibliografia - 597

Entrevistas - 629
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