Publicação de Comunicação

JORNALISMO INTEGRADOR: O NOTICIÁRIO TELEVISIVO NA ERA DA ABUNDÂNCIA INFORMATIVA

A abundância informativa, resultante tanto da atividade dos jornalistas como dos públicos, provocou, por um lado, a aproximação entre produtores e consumidores, e, por outro, a irremediável porosidade do campo do jornalismo. O jornalismo televisivo, tradicionalmente dependente da imagem e cada vez mais dos fenómenos de popularidade nas redes sociais digitais, abre novas portas à tão aguardada conversação entre os profissionais da atividade e os seus públicos, por meio da construção crescentemente partilhada da realidade. Para atestar este contexto de cocriação emergente no jornalismo televisivo, a presente investigação desenvolveu-se em contexto empresarial, numa imersão de longo prazo (três anos) na redação de informação da TVI. Os dados empíricos resultantes da observação etnográfica – principal metodologia aplicada – asseguraram as bases para a caracterização de um jornalismo mais integrador, das quais se destacam: o aumento notório da utilização de conteúdos amadores nos alinhamentos noticiosos formais, a abertura da redação tradicional de televisão – offline – aos contributos que o contexto online permite e a confirmação da imbricação crescente entre jornalistas e públicos na construção da realidade. Para que esta construção conjunta seja integradora ela deve, como enfatizaremos ao longo do trabalho, ter em conta a importância crescente do papel do jornalismo profissional enquanto autenticador e institucionalizador da informação noticiosa. Só assim se encontrará o sentido de verdade, porque assente no imperativo da credibilidade.

AUTORES / EDITORES

Sónia de Sá

COLEÇÃO

Livros LabCom

ANO DA EDIÇÃO

2019

ISBN

978-989-654-561-1

Índice

Introdução - 15

Capítulo I - O Jornalismo e a Abundância Informativa - 23
1. A permeabilidade do campo do jornalismo - 26
1.1 Para uma visão integrada do campo - 34
1.2 Atividade democratizada? - 42
1.3 Do enviesamento à objetividade normativa - 52

Capítulo I - Jornalismo Integrador na Televisão - 59
1. O lugar do jornalismo televisivo - 64
1.1 Um género democratizante - 66
1.2 O controlador estultificante - 69
1.3 O instrumento de opressão simbólica - 72
1.4 O espaço da ambiguidade e da polissemia - 75
1.5 O potencial integrador - 78
1.6 A informação participada - 81
1.7 A democracia dos públicos - 83
1.8 A construção débil do real - 86
2. O contexto de cocriação - 89
2.1 O determinismo suave da tecnologia - 89
2.2 As convergências - 93
2.3 A centralidade estilhaçada das redes sociais digitais - 101
2.4 A ecranização da realidade - 112

Capítulo III - O Admirável Mundo Novo das Audiências e dos Públicos - 119
1. A massa desagregada - 122
1.1 A métrica que ainda importa - 128
1.2 Os fragmentos das audiências e dos públicos - 130
2. O epítome da participação - 135
2.1 A polissemia da autocomunicação massiva - 140
2.2 Que participação televisiva? - 146
3. O triunfo do egocasting - 148
3.1 O (novo) espectador - 152

Capítulo IV - Quando os Jornalistas e as Audiências se Encontram - 157
1. O Bom, o Mau e a Vilã - 164
2. A emergência do amador - 178
3. A convergência de conteúdos profissionais e não-profissionais - 184
4. O gatekeeping, o gatewatching e o gatecrashing - 190
5. O nosso tempo e a vossa atenção - 195

Capítulo V - A Notícia Convergente - 201
1. A co-construção da realidade - 204
1.1 A co-construção indireta - 205
1.2  A co-construção direta - 219
2. A verificação como condição de credibilidade - 229

Capítulo VI - A Redação entre a Integração e o Conservadorismo - 243
1. O habitus conservador - 245
2. A redação integradora - 255
2.1 2013 – Uma nova TVI24 - 256
2.2 2014 – O caminho para a integração - 263
2.3 2015 – A integração como imperativo - 270
3. O tempo real - 294

Capítulo VII - O Alinhamento Noticioso e a Emergência dos Conteúdos Amadores - 301
1. A construção do alinhamento noticioso - 307
2. O híbrido como novo cânone - 326
3. Caracterização dos conteúdos amadores no Jornal das 8 - 337
3.1 Crescimento exponencial entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015 - 367
3.2 A força da autocomunicação de massa - 372
3.3 O valor noticioso do conteúdo amador - 381
4. A autoridade narrativa do jornalista - 394

Capítulo VIII - Discussão e Conclusões - 409

Bibliografia - 443
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