ANUÁRIO INTERNACIONAL DE COMUNICAÇÃO LUSÓFONA 2017/2018
A presente edição do Anuário Internacional de Comunicação Lusófona, referente a 2017/2018, elegeu como tema central “Os desafios da pesquisa em comunicação no espaço lusófono”. O espaço lusófono envolve, como todos os espaços, uma geografia e uma simbólica. A geografia carateriza-se pela dispersão e pela distância: duas nações na Europa (Galiza e Portugal), uma na América (Brasil), cinco em África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe), uma na Ásia (Timor-Leste). Essa geografia integra cerca de 250 milhões de falantes de português, dos quais o Brasil representa a parte mais substancial.
É patente que a temática da lusofonia não desperta o mesmo interesse entre os investigadores das várias nações lusófonas. Como demonstraram Gradim, Serra e Piñeiro-Naval (2018) em relação ao período 2007-2017, a investigação e a publicação sobre a temática da lusofonia na área das ciências da comunicação, apesar de terem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, têm sido, no essencial, feitas “a duas vozes”, por Portugal e Brasil, tendo também a Galiza vindo a assumir uma importância crescente.
O conjunto de onze textos que compõem este livro ilustra, mais uma vez, essa tendência: cinco são de investigadores de Portugal, três do Brasil, dois da Galiza, e um de Angola. Esses textos, organizados numa sequência que vai do plano (mais) teórico para o (mais) empírico, caraterizam-se também pela diversidade dos assuntos de que tratam, patente nos respetivos títulos: Machado de Assis como precursor da ecologia mediática contemporânea (Paulo Serra), Análise (crítica) do discurso e análise de conteúdo: afinam pelo mesmo diapasão? (Zara Pinto-Coelho), Redes científicas e nodocentrismo (Francisco Campos-Freire), A política de financiamento de Pesquisa Desenvolvimento em Moçambique (Celestino Joanguete), Futuros do jornalismo na era da “informação genérica” (Anabela Gradim e Ricardo Morais), Identidade do estrangeiro no Museu do Reconhecimento Cultural: o olhar do Outro (Marcella Iole da Costa), Agências nacionais no espaço lusófono – desafios e resultados (Juliana Lisboa), O som como objeto de estudo no mundo lusófono: multiculturalidade e polifonia (Teresa Costa Alves), Televisão em Angola: representações em tempo de paz (Alberto Botelho e Suzana Cavaco), O desafío da investigación dos xuízos paralelos nos medios de comunicación: indexación dixital e presunción de inocencia no ‘caso Asunta’ (Marcos Rodríguez Ramos e José Sixto García) e Youtuber mirim: a construção da imagem de marcas através dos pequenos influenciadores digitais brasileiros (Caroline Heldt e Eduardo Zilles Borba).
AUTORES / EDITORES
COLEÇÃO
ANO DA EDIÇÃO
ISBN