O GÉNERO NO DISCURSO DE OPINIÃO NA IMPRENSA PORTUGUESA
Neste trabalho exploramos as diferenças comunicativas entre homens e mulheres em Portugal e como essas diferenças se refletem em textos de opinião publicados na imprensa nacional. Desta forma, o nosso trabalho de investigação baseou-se na análise de um corpus linguístico, constituído por textos de opinião publicados por autores masculinos e femininos nos media portugueses, a partir do qual se fez uma análise de conteúdo, com o intuito de levantar e sistematizar as principais diferenças entre os discursos masculino e feminino.
A tese de que homens e mulheres têm estilos conversacionais diferentes está já bastante divulgada. Efetivamente, a questão das diferenças comunicativas entre homens e mulheres advém dos papéis tradicionais que lhe são comummente atribuídos, resultado da sociedade ser maioritariamente patriarcal, que relega as mulheres para o domínio privado ou doméstico e os homens para o domínio público, o mundo dos negócios. Embora esta divisão patriarcal esteja a mudar, ainda existem diferenças, que se refletem nos modos de expressão feminino e masculino. Assim, as mulheres usam um discurso mais centrado na esfera íntima; os homens, por sua vez, dominam um discurso mais virado para a esfera pública de interação. A par desta explicação de ordem sociocultural, existem outras razões que estão na origem das diferenças de género na comunicação, nomeadamente razões de ordem biológica e psicológica.
Assim, vários foram os investigadores que, a partir da década de 70 do século passado, se debruçaram sobre as diferenças comunicativas de género, nomeadamente Robin Lakoff (1975), Barrie Thorne e Nancy Henley (1975), Dale Spender (1980), Deborah Tannen (1990), Deborah Cameron (1996 e 2006), Clare Walsh (2001), Mary Talbot (2003), Jane Sunderland (2006), entre outros. Tendo como ponto de partida estes e outros estudos, o nosso trabalho de investigação, com um forte pendor linguístico, procurou verificar as diferenças comunicativas entre os géneros e como essas se refletem em textos de opinião publicados nos mediaportugueses.
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