IMAGEM (DE) ARQUIVO E TEMPO MNEMOTÉCNICO- PARA UM PROJECTO DE ARQUIVIOLOGIA NA HISTÓRIA DA ARTE
Este estudo sustenta que o arquivo é um material activo sujeito a transformações, releituras e sobrevivências. O material de arquivo relaciona-se com o passado enquanto espaço de latência e de desejo, sobrevindo como um ponto de partida criativo que se opõe ao fechamento das taxonomias racionais e descritivas. Articulando diversos autores e conceitos oriundos dos campos da filosofia, da história da arte, da literatura, da psicanálise e da teoria da imagem, o autor examina a passagem que vai do arquivo ao atlas, interessando-se pelas implicações estéticas, epistémicas e ontológicas desse movimento. Mostra-se que o atlas rompe com a habitual ordem do arquivo de imagens, fornecendo ao passado uma dimensão vertical associada ao modelo de tempo mnemotécnico, noção aqui revelada na sua componente simultaneamente técnica, imaginativa e afectiva. Através da exploração do cinema documental ficcional de Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Hans-Jürgen Syberberg e Chris Marker, e estabelecendo ligações aos projectos de historiadores como Aby Warburg e Walter Benjamin, o autor demonstra que a potencialidade contra-narrativa do filme é comparável a uma historiografia alternativa, a uma forma de pensamento por imagens que permite ao sujeito acercar-se das zonas de sombra da história. Ao reconhecer a importância de uma arquiviologia das imagens que incorpora as suas múltiplas histórias e tradições, o estudo abre novas perspectivas sobre os efeitos da imagem-arquivo e o modo como esta molda e reconfigura a nossa relação com o passado, individual e colectivo.
Preço da edição impressa: € 17.5
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