PUBLICIDADE E CONSUMAÇÃO NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS
Já presente na antiguidade clássica, a publicidade – entendida como qualidade daquilo que é público e colectivamente mobilizador – continua a ser um conceito central das sociedades. A reflexão que agora se divulga procura avaliar as suas mutações contemporâneas a partir do seu projecto dramático-expressivo, e estrutura-se em dois momentos. O primeiro tem por referência um entendimento genealógico da categoria de publicidade. São identificados vários modelos históricos de compreensão da publicidade culminando com uma interpretação estético-figuracional das práticas sociais hodiernas. O segundo momento, desenvolvendo um dos elementos principais da figurabilidade pública, relaciona a publicidade com a lógica social do consumo. A abordagem sócio-antropológica do consumo retira-lhe o pendor económico e coloca-o no âmago das sociabilidades enquanto consumação: uma forma comunicativa caracterizada por uma acção material que empenha simbolicamente o indivíduo na reprodução do vínculo social. A consumação interpela publicamente o individual a inscrever-se no colectivo funcionando como uma força centrípeta que fornece ao indivíduo um modo de reconhecimento da pertença.
Em ambos os momentos – na publicidade figurativa e na consumação – estamos perante uma acção simbólica promotora de integração social que reflecte o ímpar dinamismo dos processos sociais contemporâneos.
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