CIBERFEMINISMOS 3.0
Internet institui cenários privilegiados e tensos para a ação política e as resistências e lutas feministas, antirracistas, de mulheres cis e trans, hetero, lésbicas, bissexuais e pessoas queer e não binárias e demanda, ao mundo acadêmico, balizar teorizações e práticas alternativas críticas, descolonizadoras, isto é, dar visibilidade e, mais do que nada, legitimidade epistêmica a outras formas de imaginar internet que não se limitem apenas ao uso das plataformas corporativas, à exploração do trabalho humano via tecnologias sob o nome de empreendedorismo, ao uso exaustivo de ferramentas desenhadas pelas lógicas do capital. No rastro aberto pelos movimentos decoloniais, percebemos que é possível cultivar saberes, práticas e agires que, apesar de fragmentados, dispersos, incipientes, possam constituir pistas, tendências latentes que podem dar lugar a novas alternativas no horizonte das possibilidades concretas para continuar a habitar o planeta com menos sofrimento.
Neste livro falamos de ciberfeminismos, de hacktivismos feministas, de transhacktivismos, e de fato, está em germe nestas latitudes do Sul Global um ciberfeminismo hacker racializado, transativista, geopoliticamente situado e tecnologicamente versado, qualificado, um ciberfeminismo 3.0 que está parindo uma expertise técnica orientada não por princípios liberais, extrativistas, brancos e masculinistas típicos de Silicon Valley, senão por princípios éticos feministas inspirados em ideais emancipacionistas e decoloniais.
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